A Luta Continua Parte II


Ponto prévio a esta entrada: Considero-me uma pessoa de esquerda. Nunca fui filiado em nenhuma estrutura partidária, nunca assumi um partido politico como sendo o meu, porque não considero as filiações como forma saudável de estar em sociedade, e até já votei e apoiei ideias mais à direita. Contudo, repito, que sou de esquerda. Como não há nada mais onde consiga encontrar explicação, presumo que serei de esquerda pelo simples facto de ser canhoto.

Confessado que está, é hora de fazer aquilo que o ministro da propaganda do anterior governos mais gostava, mas ao contrário: Vamos lá malhar na esquerda.

Começo a ficar irritado com a constante fuga para a retaguarda da barricada que os partidos de esquerda (onde não incluo o Partido Socialista, por ser de direita), teimam em usar como arma de luta. É muito bonito e quase poético falar da classe operária e etc e tal, como se ainda todos andássemos de fato-macaco e ferro de soldar em punho. Dá ideia que alguém parou no tempo e não terá por certo reparado que a industria, a agricultura e as pescas são hoje apenas uma visão romântica de um passado que, não sendo distante, é por demais evidente que esse é um comboio há muito perdido.



Eu digo, e não serei o primeiro a fazê-lo, que tão responsável por determinada acção é aquele que a toma, como aquele que nada faz para que a mesma não seja tomada. Por outras palavras, quem acha que tem uma acção positiva e responsável apenas porque grita à brava e espuma muito pelos cantos da boca, está tremendamente enganado. Num pequeno exercício de memória, faço lembrar que no último governo PS, a restante esquerda foi convidada a tomar parte activa. Não o fez. É bem mais fácil dizer mal quando se está por fora. Não é bonito, mas resulta para alguns.

Esta questão avivou-se hoje porque, mais uma vez vejo isso e já me estou a passar com este esquerdismo que teima em manter a mesma cassete. Hoje discute-se uma revisão aos cortes nos subsídios, onde o governo de direita (relembro que sou de esquerda), fez uma ligeira inversão de marcha, mas que arrelia a esquerda porque foi apresentada uma semana fora de prazo!

Honestamente isto de ser de esquerda deixou de ser romântico e engraçado. Começo a sentir-me desenquadrado até porque nunca fumei brocas. Acho que vou manter-me fiel apenas à única coisa cuja filiação me parece fazer sentido.

Viva o Benfica!

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