Sem necessidade
Foto: sapo.pt |
Eu também já tive uma má
experiência com paralelos da calçada à portuguesa. Era muito miúdo e alguém fez
questão de me mostrar que na relação de forças entre o atrito da rocha em
grande velocidade contra a resistência do crânio humano, há grande vantagem da
primeira. Ontem, no decurso da manifestação em frente ao parlamento, vi um
grupo de hooligans a dar a sua
própria visão de como um paralelo tem sempre uma palavra a dizer, quando esta
já falta nas bocas dos homens.
Escusado será dizer que repudio
actos destes. Mas também acho que se deve admitir que na cabeça de todos nós
pairava a questão de por quanto tempo mais seriamos nós capazes de levar uma
acção de protesto até ao fim, sem que algo do género acontecesse. Por mais
condenável que seja, a rebelião é da natureza mais primária do homem. A
sociedade funciona como um psicólogo que nos ensina a controlar os impulsos.
Mas nem sempre os psicólogos são bem-sucedidos e acabam por deixar passar,
pelos buracos do crivo, alguns bichos com psicopatias demasiado entranhadas e
crónicas.
Se há dias fui eu a malhar na
PSP, no meu caso, por via da caneta, hoje sou também homem para reconhecer que,
em situações como a de ontem, nada mais havia para ser feito. A paciência
humana tem limites e os da PSP foram levados até ao ponto de não retorno.
Muito sério para o registo do
Manel. Eu sei. Às vezes é preciso.
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