Uma história
Quem gosta de ler uma boa
história ponha o dedo no ar! Calma pessoal! Cuidado com as cotoveladas! OK.
Agora quem gosta de histórias com finais felizes, ponha o dedo no ar! Fogo! Não
fazia ideia que tinha uma legião de malta tão certinha! À pala destas duas
questões gastei a minha cota de pontos de exclamação num só parágrafo! A
história que vos quero contar não sei se é dessas de finais felizes. Mas é
garantidamente uma das boas. Cheguem-se aqui ao quente…
Conheci um gajo que tinha a mania
que era alguém em níveis demasiado perto do perigoso. Esse meu conhecido ficou
assim depois de ter levado uma pancada mesmo nos cornos. Daí para a frente, o
nível de mania que era alguém disparou de tal maneira, que se esqueceu de quem
era na realidade. Conhece uma miúda gira. Essa miúda é mesmo muito gira. Mas
para lá de ser gira, era igualmente interessante. Caiu-lhe no goto. Aliás,
ambos caiem no goto um do outro. Mas como a miúda era mesmo muito gira, esse
meu conhecido acabou por rebentar com o nível de quem tem a mania que é alguém.
Fez tudo ao contrário do que devia fazer. Descurou as coisas mais básicas que
as raparigas giras necessitam. Estava de tal forma inebriado pelo seu estatuto
de ser alguém que se esqueceu de que só era alguém porque tinha a tal miúda
gira por perto. A miúda, que era mesmo muito gira, fartou-se de estar na sombra
de um ego tão alto como o do meu conhecido. Fez-se à estrada e como qualquer
miúda gira que se preze foi à procura da felicidade que está guardada para
elas. O tipo nem percebeu o que lhe estava a acontecer. Parece que lhe tinha
passado um comboio por cima.
Não lhe passou nada por cima, mas
algo aconteceu que lhe fez mudar as perspectivas. Voltou a levar uma pancada,
desta vez, bem em cheio nos mesmos cornos onde a primeira já havia acertado.
Conclusão: Acordou, olhou em volta e não conhecia nada do que por ali estava.
Depois de olhar em volta, olhou para si mesmo e assustou-se com os níveis de
mania que trazia agarrados a si. Aquele não era certamente ele! Recomeça então
a recuperar para uma realidade que não sabia se era a sua ou não. Viu a tal da
miúda gira e ficou pasmo com ela! Mas não por ser uma miúda gira. Aliás, o que
ele viu foi a mulher mais linda, que alguma vez vira! Que coisa mais estranha
esta. Como é que fora possível nunca ter reparado naquela mulher tão bela?
Ficou a saber que, durante a sua
amnésia, havia tratado aquela mulher bela por miúda gira. Ficou igualmente a saber
que essa mulher estivera sempre perto dele, mas que algo tinha feito com que os
seus níveis de mania o fizessem ver uma miúda muito gira. Foi-lhe dito que
fizera tudo ao contrário de tal forma que a mulher bela se estava a afastar. E
isso fá-lo voltar ao ponto em que um comboio parece estar a passar-lhe por
cima.
Não vou contar-vos mais sobre
esta história. Esta é daquelas que fica para cada um de vós concluir à sua
maneira. Eu, como conheço bem o gajo, já fiz o meu final. Espero que seja esse
o vencedor.
Agora vão lá ver o filme da
Lassie que este ano ainda não tinha dado.
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