Dear Jerónimo


O meu caro amigo insiste em querer dar-me razão. E devo dizer-lhe que não fico nada contente em ficar por cima naquilo a que chamo de razão. No mês passado escrevi aqui sobre a minha frustração com esta forma caduca de fazer política por parte da esquerda, como se ainda vivêssemos em plena revolução bolchevique e etc. e tal.

Hoje fico a saber que a bancada parlamentar afecta ao seu partido votou contra o voto de pesar pelo falecimento do malogrado ex-presidente checo, Vaclav Havel. Segundo li, o senhor ter-se-á inclusive ausentado por altura da votação, voltando logo após. Desta vez até as ovelhas negras dos fumadores de brocas aplaudiram de pé, meu caro.

Não estou assim tão familiarizado com a vida e obra deste senhor, mas sei o bastante para perceber que era uma pessoa de valores. Não vou aqui desenrolar a biografia de Vaclav Havel, mas digo que bastava o que fez pela cultura do seu país e pela política desse mesmo país, para que fosse sujeito a uma merecida homenagem.

Claro que o senhor Jerónimo não gostou foi que o senhor Havel fosse um dos responsáveis por dar ao seu povo o direito a ser livre do jugo soviético. Esse sim, o seu grande amor, para não dizer obsessão. Acho mal senhor Jerónimo.

Acho ainda pior que há poucos dias tenha sido o seu partido o único que mostrou pesar pelo desaparecimento do Querido Líder. Não é estranho? Julgo que os seus pais terão tido muito orgulho em si quando viram que o senhor era o único a marchar bem no seu batalhão. Olhe, pelo menos não destoa. Continua no passo certo, caro amigo.

O senhor no tempo em que fazia aquela dança das galinhas tinha muito mais piada. Agora nem para a caça. Perdeu o faro.

Cumprimentos.

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