Espírito de Natal

O meu espírito natalício nunca foi dos mais apurados. Talvez só tenha estado no ponto mesmo quando era miúdo e ainda tinha aquela ilusão de receber algo diferente do que recebia durante o resto do ano. Até porque essa era mesmo a única hipótese de vir a acontecer. A minha família sempre foi modesta e de fracos recursos e isso até no Natal se reflectia. Depois havia ainda a questão de fazer anos durante a quadra. Por norma, uma prenda um pouco melhor significava isso mesmo: Uma prenda. Não uma de Natal e outra de anos.

Não me estou a queixar. Não era um puto miserável, bem pelo contrário. Tive uma infância e uma adolescência bem porreiras. Portanto também não terá sido isso que tratou de me desviar dessa onda festiva. O que é certo é que se já não era muito chegado à data pior ficou há dois anos quando vi partir o meu pai uma semana antes. Sem ele falta sempre alguém na algazarra que a minha irmã mais velha faz, logo seguida pelo meu tio (sem ofensa para os dois de quem gosto muito).

Isto apenas para dizer que não é fácil verem-me elaborar grandes votos de Bom Natal e etc e tal e distribuí-los pelos meus amigos verdadeiros e pelos virtuais. Também não é minha intenção condenar quem o faz e vive o Natal de outra maneira. Bem pelo contrário. Acho que é um bom motivo para que, nem que seja só nessa altura, as famílias se aproximem.

Este Natal será ainda mais esquisito porque, pela primeira vez desde que comecei a produzir para mim, será dobrado sem que esteja a trabalhar. Se quiser brincar um pouco com isso, posso dizer que pelo menos não tive de me preocupar com prendas de amigos secretos. Mas se quiser ser sério tenho que dizer que me falta muita coisa este ano.

Bom. Como não quero ser apanhado pelo engarrafamento electrónico dos próximos dias, fica desde hoje expresso o meu desejo de que esta quadra vá ao encontro das vossas expectativas.

Um Bom Natal e sejam felizes.

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