Hoje é o teu dia




Há dezassete anos era um chavalo de vinte e quatro. Tinha pouca barba, mas ainda assim era munido de algum pelo na venta. O meu projecto de vida começara há cerca de um ano quando achara que já era um homem capaz de sustentar uma família. Até lá, andara a perder tempo na escola e a gorar as expectativas que uns pais esperançados e esperançosos haviam depositado em mim. Se isto é verdade, também o é o facto de nunca lhes ter dado grandes motivos para alarme. Resumindo, quis passar pela escola ao sprint para depois me fazer à estrada.

Não vos quero fazer um resumo da minha vida. A intenção era situar-vos no tempo em relação ao verdadeiro motivo pelo qual hoje os incomodo. Há dezassete anos atrás, este que aqui vos fala, via nascer Camila de seu nome próprio, que em boa hora fora escolhido por sua mãe. Daí para a frente nunca mais fui o mesmo. E se de tenra idade nos vimos metidos numa ponte aérea entre Lisboa e Oslo, não foram nem nunca serão os 3500 kms que nos separam que me farão gostar menos da minha filha querida, que para mim nunca deixará de ser bebé. Agarro-me aos intervalos de tempo em que essa distância encurta e a eles me seguro e recarrego as baterias.


Parabéns Camila. Que tenhas um dia feliz.

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