Pequenos Luxos

Agora que o governo me promoveu à classe dos ricos e abastados gostava de partilhar convosco algumas das extravagâncias que um burguês, como eu, foi desenvolvendo ao longo de toda uma carreira. Até hoje achava, inadvertidamente, que essas atitudes eram apenas promovidas por ser preguiçoso, comodista ou, pasme-se, por não ter dinheiro. Um tal de Gaspar abriu-me os olhos para aquilo que realmente sou. Gaspar, se me estiveres a ler, fica a saber o quão grato te estou por me teres elevado o status a um patamar tão elevado, ao ponto de ter a sorte de puder pagar os impostos que os extremamente pobres não podem e os extremamente ricos não querem. Sou um novo-rico and I like it!
 
Falava de extravagâncias. Pois bem. Um gajo sabe que é extravagante quando:

  • Tem uma máquina de lavar loiça que usa uma vez por semana para lavar 3 taças de cereais e respectivas colheres;
  • Tem um frigorífico combi que de tão vazio estar até faz eco quando se abre a porta. Extravagante não come em casa, mas sim fora. Eu, por exemplo, como fora muitas vezes, amigos pobretanas. Janto na minha mãe e almoço no trabalho, na marmita que a minha mãe tão bem me prepara;
  • Gasta mais em gasóleo do que em renda de casa. No meu caso, estou tão dependente do gasóleo que antes quero que me falte a água. Como não a bebo, só me faz falta para a tal lavagem mencionada atrás.
 
Estas são apenas algumas das minhas loucuras enquanto capitalista de primeira água. Muitas outras poderiam aqui constar, mas acho que fica a ideia. E como sou um português orgulhoso não vou fazer como esses fraquinhos que põem o dinheiro fora de cá, para fugir ao fisco. Duvido até que haja algum banco estrangeiro capaz de receber saldos abaixo de zero como o deste menino abastado.
 
Belmiro, amigo, se estiveres enrascado, podes sempre falar comigo!

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