Habemus Papam



Ainda só leram o título e sei que já estão a dizer coisas tais como “se era para dizer banalidades, mais valia continuares caladinho”. Reconheço que este deve ser o cabeçalho mais batido do dia, mas se me derem o benefício da dúvida prometo que a coisa até é capaz de vir a melhorar.

Não tenho memória de alguma vez já aqui ter dito que sou tão crente quanto um paralelo da calçada. Não que não tenha sofrido pressões várias por parte dos meus progenitores. Se calhar foi até a coacção paternal intensiva que me tornou neste vazio religioso. A única crença que mantenho acesa é aquela que tenho pelo filho de Deus, de seu nome Jesus… Jorge Jesus.

Ainda assim tenho a curiosidade que está gravada no ADN de todo o ser humano. Para lá da curiosidade, nutro também interesse por este tipo de fenómenos de massas. Dou por mim a pensar sobre o que vai na cabeça de um homem que sai directamente do quase-anonimato para a posição de supremo dignatário de uma seita com biliões de seguidores. Não se ofendam já, suas virgens, com a palavra seita. Não procuro ofender ninguém. Eu fui criado com base nos ensinamentos dessa seita. Caio na repetição quando digo que não sou seguidor, mas faço-o para que percebam que a minha condição não me deixa indiferente para o tipo de poder investido na pessoa que é escolhida para Papa.

Agora que já gastei mais palha que a que esperava gastar, vou encarreirar para aquilo que me fez sair do retiro. Assim que li que já havia fumo branco fui à procura da primeira TV disponível para beber, em directo, aquele pedaço de história. Por esta altura as “Breaking News” apenas diziam que já havia papa e que, a todo o momento, saberíamos de quem se tratava. Entretanto um ou dois colegas, vendo que estou a seguir a transmissão, fazem-me a pergunta óbvia sobre quem era o novo chefe da igreja católica. Num misto de brincadeira e informação fidedigna, lá fui dizendo que não havia ainda informação sobre a pessoa, mas que já se sabia que tinha um bom pé esquerdo, que era rápido pela ala e por isso mesmo, deveria ser argentino. Riram-se e lá foram à vidinha deles.

E não é que o Sr. é mesmo da terra das pampas?

Não é preciso ser muito inteligente para chegar à conclusão que só poderia vir de lá! Isto das religiões segue de perto as tendências da bola. Acreditem em mim. Se querem bom, vão buscar à Argentina. É lá a terra do patrão dele, o Deus Aimar!

    Pelo que já pude ver, acho que é desta que eu me volto a aproximar dos princípios regentes do Catolicismo. Gostei do homem. Conseguiu cativar-me em quatro detalhes:

  • 1. Tem sentido de humor. Começou mesmo por fazer graçolas com o facto de ser “do fim do mundo”;
  • 2.  Não fala arrastado. Eu até pensava que era obrigação de um papa ter que falar assim, para que ninguém o percebesse;
  • 3.  Escolheu um nome do povo: Francisco. Para mim passou nesse momento a ser o Papa Chico; 
  • 4. Como bom argentino que é por certo gosta de Futebol. Se assim não fosse, não teria terminado a cerimónia minutos antes de começarem os jogos da Liga dos Campeões (aquela competição em que o Porto estava, mas deixou de estar).


Papa Chico; desejo-lhe as maiores felicidades.

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